Pouco mais de meia-noite, sentado no aeroporto de Atenas esperando o voo para Istambul, estou absorvendo os aprendizados de mais uma viagem que me tira da zona de conforto e quebra paradigmas sobre diversos assuntos.Com a viagem, você aprende a lidar com imprevisto, adaptar-se a uma cultura, comunicar-se sem falar a língua local, ver diversas formas de empreendedorismo e iniciativas de negócio e, no meu caso vivenciar variações do marketing desde a mais moderna até a mais ‘roots’.

Sabe as placas que ficam em esquinas com anúncios aqui em Santos, com restaurantes que você já conhece e se pergunta: para que serve essa placa, já que todo mundo já conhece esse restaurante?

Então, quando você é turista, toda a lógica e visão sobre uma cidade muda. Você se apega a todo e qualquer tipo de comunicação. Quanto mais amigável, mais apropriada e direcionada ao turista, mais você tem vontade de ir e se sente acolhido. Realmente, a palavra é acolhido.

Nossa cidade, estado e país recebe turistas e sempre que saio do país tenho certeza de que não estamos preparados para tal. Empreendedores viram de costas para as oportunidades ao não usar comunicação apropriada com turistas.

Em Atenas comprei um chip de operadora de celular de uma vendedora de rua. Quantas pessoas no Brasil você já viu vendendo chip na Avenida Paulista, com plano de internet para gringos? A resposta é zero, não tem.

E aquele panfleto que deixam no seu carro? Eu decidi ir em um restaurante com base nele em Santorini. Final de viagem, dinheiro chegando ao fim… Vamos ver se esse lanche de 3 euros vale a pena.

São exemplos de um turista estrangeiro, o que demanda também comunicação bilíngue. Aqueles posts em redes sociais e outdoors em duas línguas começam a fazer sentido. Até um anúncio com legenda em inglês no cinema.

Experimente fazer o exercício: vá para uma cidade próxima sem conhecer nada. Teste o Google, o TripAdvisor, procure algumas hashtags no Instagram, ande pelas ruas sem Waze e crie critérios de decisão, veja a dificuldade e o raciocínio que você fará para escolher onde ir.

Apesar de ser a mesma língua, será diferente e criará uma provocação na maneira de ver seu negócio. Donos de restaurantes, mercados, salões de beleza e outras coisas que turistas ou migrantes precisam: seu site, redes e comunicação estão preparados para todo consumidor? Provavelmente não, então corrija. Os resultados, além de serem surpreendentes, virão banhados de um sentimento de gratidão de um turista louco para gastar dinheiro.