A presença do diabetes vem crescendo em todo o mundo, e não escolhe sexo nem faixa etária, pois atinge homens e mulheres, desde crianças até jovens e idosos. Ele tem a capacidade de lenta e constantemente causar transtornos nos microvasos da retina – a camada de fibras nervosas que compõe o fundo do olho e é responsável pelos estímulos que formam a visão.

Estes microvasos sofrem pequenas dilatações, entupimentos e rompimentos, que levam à hemorragia na retina, inchaço e morte de neurônios. E assim surgem vasos anormais, novos sangramentos e membranas fibróticas que podem causar descolamento total ou parcial de retina.

Resumindo, o diabetes sorrateiramente leva à perda parcial ou total da visão. Por isso, é prioritário que todo diabético faça rotineiramente exame de fundo de olho, mapeamento de retina, retinografia, angiografia, ecografias e OCT.

Uma vez denotado o quadro de retinopatia diabética, o oftalmologista fará o estadiamento e a indicação de tratamento para cada caso. A principal arma para casos iniciais é o tratamento com laser de argônio, que cauteriza as áreas afetadas da retina. Em casos mais avançados, indica-se as injeções intravítreas, com medicações que inibem o crescimento dos novos vasos sanguíneos anormais e ajudam a tirar os edemas e possíveis hemorragias na retina.

Em alguns casos, pode ser indicada a vitrectomia, cirurgia intraocular que troca o humor vítreo – uma ‘gelatina’ que fica dentro do olho – por um óleo de silicone ou soro fisiológico com o uso de laser. Esta cirurgia só é indicada quando todas as outras tentativas foram inoperantes.

É importante a conscientização de todos os diabéticos, dos mais jovens aos idosos, dos casos mais leves aos intensos, de que o simples exame de fundo de olho realizado rotineiramente a cada seis meses norteia de forma preventiva o acompanhamento e tratamento da doença, evitando a perda irreversível da visão.

O fundo de olho bem acompanhado e tratado desde o início do diagnóstico da doença sem dúvida permite dar a todos os diabéticos grande chance de manter sua visão no decorrer da vida.

Queremos que o diabético seja consciente da extrema necessidade da periodicidade de avaliar sua visão, não só a retina, mas também o possível surgimento de catarata e glaucoma, que podem ser secundários à retinopatia diabética.

Se você não tem diabetes, mas tem membros na família e amigos diabéticos, seja um porta voz desta conscientização, pois estará fazendo um grande bem a todos portadores desta doença.