Um estudo da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos descobriu a real motivação dos seus pacientes que fizeram rinoplastia em 2017. O resultado foi que 55% dos procedimentos feitos naquele ano haviam sido motivados pelo desejo de sair melhor em selfies.  Mas não é só para ficar bem na foto. A cirurgia é realizada também para harmonizar o rosto ou por questões de saúde. No entanto, antes de se submeter a técnica, é necessário avaliar os riscos.  Especialista na técnica, o otorrinolaringologista Guilherme Scheibel diz que se não forem tomados os devidos cuidados, o resultado pode ser desastroso.

‘’Esse é um tipo de procedimento complicado. É preciso ter o máximo de cuidado ao mexer no rosto de alguém. Os pacientes normalmente passam por uma psicóloga no pré-operatório. E se o resultado não for o que eles esperam, a cirurgia que seria um benefício, pode ter um impacto muito grande principalmente na autoestima. Além de ser uma cirurgia arriscada. A rinoplastia não vem sendo executada de maneira correta e por isso é a cirurgia que mais possui casos de reoperação’’, pondera o médico, que semanalmente palestra em eventos e workshops para mostrar técnicas criadas por ele:

‘’A rinoplastia é uma arte que se leva tempo para dominar, isso se um dia alguém dominá-la por completo. Nesses eventos, eu explico e apresento algumas simulações que faço com os pacientes no computador, mostro para o paciente como o nariz pode ficar para ver se é daquele jeito que ele quer. Na cirurgia, eu meço, tiro fotos com a régua para verificar quantos milímetros eu vou modificar naquele nariz. E a menina dos olhos dos que procuram esse tipo de cirurgia é um molde de silicone para prever ver o formato da ponta do nariz, que não pode ‘cair’’, depois da cirurgia, e é um dos principais problemas da operação.

Para desmistificar a cirurgia para o maior número de pessoas, Guilherme tem um perfil no Instagram.

‘’Eu criei a minha página tem um ano e meio e já tenho mais de 200 mil seguidores. Entre esses, estão curiosos, pacientes e até mesmo outros profissionais da área’’, conta o profissional, que não se incomodar em dividir conhecimento:

“Eu não quero guardar essas técnicas. Eu aprendi, o resultado é significativo para mim e para os pacientes, então, por que não ensinar aos colegas de profissão? É um avanço enorme para os que buscam esse tipo de cirurgia e para a medicina brasileira”.