No século XVII, o doce preferido era a tartellete amandine para os franceses, ou a queijadinha de amêndoas para os portugueses, que permanece atual ao longo de vários séculos.

No final do século XVII, com o rei Luís XIV, alterou-se a forma de servir e, ao invés de colocar todos os pratos na mesa, passaram a vir separadamente: primeiro as sopas, depois entradas, assados, saladas e ao final as sobremesas, caracterizando até hoje o “serviço à francesa”.

Apesar do luxo que rodeava Luís XIV, o rei comia com as mãos e se recusava a usar garfos. Naquela época, não havia diferença entre facas para caçar e para ir à mesa, os talheres eram objetos de uso pessoal e cada nobre tinha o seu próprio estojo, levado no bolso para o caso do anfitrião não oferecer aos convidados. Estes estojos, significavam distinção.

Um dos mais famosos chefs de cozinha do século XVII foi La Varenne, que causou uma revolução culinária desenvolvendo os primeiros molhos genuinamente franceses. Um dos mais famosos foi o ‘molho bechamel’, nomeado em homenagem a um famoso financista da época. Curiosamente os cozinheiros daquela época tinham o hábito de dar os nomes dos patrões ou de personalidades aos pratos. Atualmente muitos restaurantes o fazem com nomes de famosos.

Ainda no século XVII, o peru foi levado às mesas da Europa. Trazido pelos padres jesuítas que vieram para a América, teve forte domínio sobre o ganso e o pato, e não havia uma grande festa francesa em que o peru não estivesse presente. Enquanto isso, a Alemanha e a Holanda não foram influenciadas pela cozinha francesa, apresentando uma alimentação mais pesada e pouco variada, que tinha a batata como principal acompanhamento.

Em meados do século XVII, os franceses descobriram o café, depois de um presente oferecido por visitante oriental ao rei. No final século XVIII já era um costume dos franceses beber café, e as casas de café se espalharam rapidamente por Paris, popularizando a bebida, assim como o chá e o chocolate.

Na Inglaterra, os cafés se transformavam em centros de cultura e política, mas o governo inglês baixou os preços do chá para aumentar o comércio com o Oriente, levando o país a consumir mais dessa bebida e causando o declínio das casas de café.

Isto é só um pouco de história e gastronomia alinhadas ao longo dos tempos, que podem ser apreciadas no livro ‘A História da Gastronomia’, editado pelo Senac. Recomendo a leitura a todos!