Não é novidade que nós “comemos com os olhos”. Um prato bem apresentado ou uma fotografia bem produzida têm o poder de nos fazer salivar e desejar um alimento. Um chef de cozinha precisa de prática e dedicação para montar um prato com harmonia perfeita entre visão e paladar, e o trabalho do fotógrafo de alimentos também funciona assim. É uma arte!

Erika Martins estuda fotografia há mais de 25 anos e descobriu nos cliques de comida uma grande paixão. “Sou professora de Psicologia e pintora, e comecei a estudar fotografia quando atuava como jurada em Salões de Artes Plásticas na Baixada Santista e no Interior do Estado”, conta Erika.

Com os trabalhos fotográficos aumentando, ela resolveu se aprofundar no assunto e acabou se apaixonando. “Um dia decidi dar uma grande virada, estimulada pela possibilidade de criar. Larguei o magistério e parei com a orientação artística e passei a me dedicar exclusivamente à fotografia. Fiz casamentos, retratos, eventos, boudoir e moda”, relembra a fotógrafa, que ao longo do tempo escolheu nichos onde conseguia, de fato, criar.

Foi nessa época que Erika descobriu a paixão pela fotografia de comida. “Além de cursos com colegas renomados, fui estudar seus chefs e cozinheiros, para entender como funciona uma cozinha. Descobri um mundo maravilhoso!”. Ela viu uma beleza artística nos alimentos, com cores, texturas e, claro, sabor!

Ela ressalta que na fotografia é preciso gostar e dar valor emocional ao que se fotografa. “A comida é o foco, mas há uma relação emocional, criativa e técnica entre os envolvidos. Não é só tirar foto de um prato em um restaurante. É saber como tudo começou, quem são os personagens, as histórias… A comida é o resultado de um processo que envolve muito amor e esforço dessas pessoas”.

Nesse ponto, ela acredita o maior desafio é coordenar o trabalho com o da equipe do restaurante. “Deve haver um sincronismo, porque a comida deve ser fotografada no momento oportuno. Precisa chegar na minha mesa na hora ideal para captar o frescor do preparo e o brilho da apresentação, despertando o desejo de experimentá- la no cliente”. É um trabalho que envolve muito planejamento, mas também é muito gratificante.

“O que faz tudo valer a pena é ouvir: ‘Nossa, que comida bonita, me deu fome!’. Quando isso acontece, sei que alcancei meu objetivo, porque a pessoa sentiu vontade de provar a comida apenas vendo a imagem”, conclui Erika.

O fotógrafo especialista em alimentos é um grande diferencial na produção de imagens para menus e comunicação visual do estabelecimento. Por isso, é um profissional essencial para o restaurantes. Ele estuda tendências, as harmoniza com a identidade da casa e cria formas de extrair o melhor resultado dos pratos fotografados.

Muita gente se pergunta se os pratos das fotos são os mesmos servidos aos clientes. “Eu vou ao estabelecimento com meu estúdio, monto tudo para fotografar, ajusto a luz e dou o sinal de que podemos começar. Os pratos devem ser exatamente como são servidos aos clientes, porque a imagem
tem que ser fidedigna ao produto ofertado”, explica a fotógrafa.

Erika conta uma experiência curiosa que aconteceu em um restaurante em São Paulo. “Hora do almoço, casa cheia. Fui rodeada por um grupo de turistas japoneses. Eles olhavam o que eu fazia com uma expressão séria, falavam baixo em japonês e se curvavam para ver o prato como eu estava olhando para fotografar. Quando terminei, fiz sinal ao maître de que já estava concluído aquele prato e sorri para minha ‘audiência’. De repente, eles começaram a bater palmas. Quase morri de vergonha, mas agradeci fazendo reverências! (risos)”

Ela acompanha as redes sociais dos clientes, e tem um bom feedback por meio delas. “Pelo comentários sei se atingi meu objetivo: fazer as pessoas desejarem aquela comida. Mas o resultado também depende de outros fatores. Uma foto bem produzida chama a atenção, porém um trabalho bem feito de uma agência nas mídias e vídeos ajuda bastante”, pontua.

Com o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, muitos estabelecimentos voltaram suas atenções para o delivery. E, nesse cenário, as fotos são mais do que necessárias. “Boa fotos têm total importância, pois influenciam demais na escolha do cliente. Um prato organizado, que passa a ideia de frescor e suculência de uma comida bem feita, tem sucesso garantido!”, destaca Erika.

Para quem quer começar a se dedicar a essa área, a fotógrafa dá a dica: “Dedique-se muito a estudar e esqueça a ansiedade, pois é um trabalho demorado, cheio de detalhes. Faça muita pesquisa, trabalhe com o material adequado e tenha sempre em mente que cada cliente é único, com uma linguagem que você ajuda a criar”.

Erika Martins

Para mais do trabalho da Erika, visite o Instagram @erikamartins_photographer ou o site www.erikamartinsfotografia.com. Interessados também podem entrar em contato pelo telefone (13) 99150-8282.