O Ministério da Economia divulgou um relatório com os privilégios da folha de pagamento das estatais brasileiras; 46 empresas com salário seis vezes maior que o correspondente na iniciativa privada que colecionam penduricalhos que custam 44 bilhões de reais ao ano.

E o exagero não está só nas estatais. O Congresso Nacional gasta 10,8 bilhões de reais por ano com funcionários comissionados. O Legislativo Federal tem 79% dos funcionários como comissionados, quatro vezes mais que o total dos concursados. Com terceirizados e nomeados nos estados, o gasto chega a 6 bilhões de reais por ano.

O Atlas do Estado Brasileiro do IPEA aponta que o Brasil tem cerca de 12 milhões de funcionários públicos, ativos e inativos, que obtiveram um aumento salarial médio de 100% nas últimas duas décadas. Só com a folha de pagamento, o Brasil gasta 750,9 bilhões por ano, uma fatia de 10,5% do PIB.

Afim de enfrentar este desafio, o Ministério expôs o problema para que a sociedade reflita sobre a desigualdade que assola o país. Durante a pandemia, enquanto se revelava o home office da varanda gourmet, milhares de pessoas se aglomeraram em filas para receber o auxílio emergencial de 600 reais.

As promessas de austeridade e transparência das eleições não se materializam, e vemos a falta de prioridade dos parlamentares para enfrentar o tema. A lógica perversa é que o país está afundando com endividamento, mas é imprescindível que retomemos algum tipo de amparo financeiro para os milhares de brasileiros que não têm como enfrentar o fechamento do comércio promovido pelos governos estaduais e municipais.

O ano de 2020 foi extremamente difícil para economia, e descobrimos que quando se distribui dinheiro para a população, a roda gira, e o auxílio voltou aos cofres públicos em forma de impostos, além de manter minimamente milhares de famílias.

A solução é nos endividarmos como país indefinidamente? Não. E o que o Governo gasta com ele mesmo, que não é revertido para a sociedade, é legítimo? Também não. A resposta está nas Reformas, que irão acelerar as agendas prioritárias. Diminuir a burocracia, a carga tributária, os gargalos estruturais e os privilégios, melhorar o ambiente de negócios, buscar mais competitividade e reduzir a desigualdade que um Estado ineficiente promove.

E que o Estado deixe o contribuinte respirar e a sociedade se organizar de forma orgânica, para acordarmos no pós-pandemia de volta ao século 21.