Possuir informação sobre alimentação e saúde não é suficiente para promover mudanças de comportamento em prol de um estilo de vida mais saudável.

Você já parou para pensar sobre a sua relação com a comida? É difícil enxergar essa relação de uma forma mais afetiva e espiritual em uma sociedade como a nossa, que vê a comida como inimiga, como recompensa por uma semana de dieta, ou até como compensação: “eu tive um dia difícil, eu mereço comer duas caixas de bombom!”  Até o jejum, um hábito comum na maior parte das religiões, em que o propósito está muito ligado a desviar os olhos das coisas deste mundo, e então direcionar sua mente ao sagrado, a indústria das dietas conseguiu deturpar essa tradição espiritual milenar e transformou o jejum na mais nova e efetiva maneira de: Tornar-se magro.

Qual a importância do autoconhecimento neste processo?

Quanto mais distante você está de si mesmo, menor a chance de perceber o que o seu corpo realmente precisa.

Quando chegamos à feira, a diversidade chama atenção: são muitas cores, aromas, sabores e texturas com frescor que não encontramos em qualquer lugar. Pare para pensar: o que você gosta? O que não gosta? Portanto, o primeiro passo para entender a importância do autoconhecimento é estudar a si mesmo. Olhe para si e observe seus principais sentimentos e atitudes em relação ao comer. Pense em cada alimento e o que ele desperta em você.

Dentre o que você diz que não gosta, o que realmente já provou?

Avalie cuidadosamente o que lhe agrada e desagrada e se permita experimentar. Assim como na feira que a cada barraca tem um pedaço de algo novo e suculento pronto para ser provado!

Mas saiba que o nosso paladar fica habituado com o que consumimos diariamente, podendo causar estranheza quando provamos algo pela primeira vez. De fato, mudar requer foco e disciplina, mas, sobretudo, para mudar é preciso respeitar a si mesmo, seus desejos, vontades e necessidades. O segredo não é restrição/dieta, mas procurar comer melhor.

Você tem se privado do que gosta?

Não se prive e não deixe que o cotidiano faça com que você se esqueça do que gosta. Faça das refeições um período de conexão consigo, um momento de prazer e não de obrigação. Pode ser que você goste de mexerica, por exemplo, mas há tanto tempo que não come que até esqueceu o gostinho de infância que ela tem!

Permita-se também comer aquele apetitoso pastel da feira, se der vontade, e fique tranquilo em relação a essa decisão por mais que não pareça saudável. Lembre-se: saúde também é fazer aquilo que gostamos!
Não fique preso a padrões estéticos.


Vale frisar: não existem receitas milagrosas. Você é único e, portanto, o seu caminho do autoconhecimento também! Sabendo disso, não se culpe ou se puna por não ser o que deseja hoje. Evite focar nas modificações que almeja, observe seu corpo como é e aproveite o melhor dele.