Com a eclosão de uma guerra em solo europeu, com a Rússia atacando de forma arbitrária a Ucrânia, o mundo viu mais uma vez que os senhores da guerra e os senhores das armas são quem ditam as regras para nós, literalmente, meros mortais.

Os interesses nacionalistas, militaristas, estratégicos e econômicos são os motores propulsores para ataques, para bombardeios e para a invasão de armas e soldados, enquanto pessoas fogem, enquanto os refugiados se aglomeram nas fronteiras buscando, apenas, manter a vida e um mínimo de dignidade.

Normalmente não há ameaça real, usualmente não há tensão que justifique, ou seja, de forma evidente, quem ataca sabe o que quer, e a vontade do adversário não pode ser manifestada. Apenas aceita nos termos do inimigo.

A paz que a gente precisa, não é a paz que algumas potências querem. A paz que a gente precisa está distante dos interesses humanitários. A paz que a gente precisa, paradoxalmente, depende de quem elegemos nas democracias.

A União Européia, com o trauma de duas grandes guerras não consegue resolver nada diplomaticamente mas também não enfrenta o perigo iminente.

Os EUA quando querem fazem valer a força, não aceitam as regras da ONU. As mesmas que agora querem que a Rússia cumpra. Falam sempre em soberania e defesa da liberdade. Mas de quem?

Afinal onde está a soberania da Ucrânia e a liberdade de seu povo em relação aos russos, e do Iraque em relação aos americanos?

Onde há petróleo, gás, minerais, fronteiras e portos, para os detentores do poder militar, não existe lei nem soberania.

Como no velho oeste ou nos tempos de revolução russa, quando contrariados, o melhor meio de dirimir a questão é a bala. Infelizmente.

Por isso, a paz que a gente precisa é apenas um sonho. Uma utopia.

Mas nem por isso podemos desistir de sonhar. Porque quando já não sonhamos, perdemos a esperança. E não podemos deixar a esperança morrer.

Não hoje, não agora. Mesmo com sinais evidentes que a humanidade tem andado para trás, ainda é preciso olhar para a frente.

Mas para o momento, “faltou combinar com os russos”!