A crise climática que está sendo vivida pelo estado do Rio Grande do Sul deixou mais de 160 mortes, 800 feridos e um estado destruído pelo volume de água que atingiu mais de 70% do estado. O estado recebe diversas doações diariamente, mas além disso, diversas pessoas foram até o estado como voluntários.

Quando o assunto é voluntariado presume-se que as pessoas que estão no local querem ajudar e estar sempre disponível para o outro, porém existem aqueles que buscam se promover com a dor alheia.

“O cuidado para com o outro é uma atitude humana, que pode ser feita a fim de autopromoção. Isso também pode ser feito em uma dimensão extraordinária, que acontece de forma muito rara, que é de fato alguém que cuida do outro pelo simples desejo de ver o outro bem”, afirma o filosofo Andrei Venturini.

Muitos desses casos de autopromoção aconteceram e ainda acontecem no Rio Grande do Sul ou em qualquer outra ação social que envolve pessoas em vulnerabilidade social. Aos que não buscam pela autopromoção, resta viver a realidade do que aquelas pessoas estão vivendo.

Muitos dos influencers usaram as suas redes sociais para conseguir doações de roupas, mantimentos e remédios para as vítimas da crise climática. “Eu acho que o problema não está na visibilidade, e sim no uso que se faz dela. Tem gente que tem visibilidade somente e exclusivamente para se favorecer”, diz o filosofo.

Independente das motivações internas, que não sabemos com total precisão quais são, existe algo importante nessas ações que são as ideias de colaboração. De acordo com o filosofo, essa ideia foi muito trabalhada por um pensador inglês, chamado Charles Darwin. “Essa é uma das palavras que ele mais usa nos seus textos, dizendo que existe um processo de colaboração de uma espécie a fim da manutenção da sobrevivência, então podemos falar isso no nível animal”.

Com motivações verdadeiras ou não, o importante é que em boa parte das crises mundiais, podemos contar uns com os outros.

Assista o programa na íntegra: