Além do comércio de alimentos, a venda de produtos também foi bastante afetada, tanto por as pessoas estarem evitando sair de casa quanto pela situação de incertezas na economia do País.

Nesse cenários, os empresários que conseguiram lidar com os problemas de forma proativa e com criatividade obtiveram melhores resultados.

Um desses lojistas foi Walid Abdouni, proprietário das lojas de tapetes Kyowa, que também foi pego de surpresa e teve que lidar com os desafios da quarentena junto com seus funcionários.

“Manter toda a nossa estrutura, os funcionários e cumprir as obrigações com fornecedores e prestadores de serviços com o caixa zerado por muitos dias e sem demitir ninguém foi, com certeza, uma grande vitória para nós”, conta o empresário.

A solução para oxigenar o caixa da Kyowa foram as redes sociais. Enquanto todos os funcionários estavam em casa cumprindo a quarentena, Walid foi até a loja para cuidar das plantas do jardim e teve uma ideia: lançar uma campanha com descontos hiper vantajosos para produtos de pronta entrega.

“Postamos fotos e muitos vídeos em nossas redes sociais e conseguimos fazer com as pessoas desejassem os nossos produtos, vimos um aumento importante nas vendas on-line e recebemos muitos pedidos pelo WhatsApp”, conta o empresário.

Segundo ele, as vendas de um mês superaram os números dos últimos cinco anos de atividade da plataforma on-line.

“Um ponto positivo é que conseguimos sair do ‘automático’. Hoje estamos muito mais atentos a cada cliente, com um atendimento mais personalizado e conectado. As reuniões se tornaram muito mais dinâmicas on-line, e isso abriu os nosso olhos para repensarmos a forma com que trabalhamos para ganhar qualidade de vida”, explica.

Walid Abdouni, da Kyowa, está confiante de que a retomada acontecerá ainda nesse semestre, com as pessoas ficando mais tempo em casa e se conscientizando de que os gastos com o ambiente onde se vive são um investimento

Além das adaptações e investimentos necessários para atender as novas demandas de segurança no atendimento, Walid acredita que a maior dificuldade é a falta de previsibilidade. “Uma grande nuvem de fumaça se formou entre o que era o mercado e o que será daqui pra frente. E, no Brasil, além da pandemia temos uma crise política associada que aumenta demais todas as variáveis e impacta negativamente todo o sistema”.

Ainda assim, ele está confiante de que a retomada acontecerá ainda nesse semestre, com as pessoas ficando mais tempo em casa e se conscientizando de que os gastos com o ambiente onde se vive são, na verdade, um investimento.

“Os clientes podem ajudar valorizando o comércio local, pois ao comprar de uma loja da cidade o cliente sabe que podem contar com a empresa, que está ‘no seu quintal’. Assim, com um comércio forte e ativo terá opções mais completas e contribuirá para o desenvolvimento e geração de empregos nesse mesmo ‘quintal’”, ressalta Walid.