Você já ouviu uma frase que marcou a sua vida? A minha foi “você não é ninguém”, que eu ouvi duas vezes ao longo desses 15 anos. Em ambas oportunidades, essas palavras me fizeram refletir profundamente. Hoje, percebo meus erros, expectativas e aprendizados, obtidos durante a jornada empresarial e social que envolve ser dono de um veículo de comunicação. Certa vez uma amiga disse: “Aprenda a ouvir, ignorar e esquecer essas coisas, assim você vai longe. Esse é o preço que a gente paga!”. E eu levo as palavras comigo, até porque é delas que eu vivo.

Ao longo dos anos, trabalhei na TV, atuo na internet e com consultoria empresarial. E o meu foco é justamente tentar causar impacto pelas palavras, e assim construir uma sociedade melhor. Não quero usar as palavras para destruir as pessoas que não fazem minhas vontades. Melhorei muito, mudei demais, minhas palavras, então… Nem se comparam.

O aprendizado que eu levo veio também das palavras de um amigo que eu cresci ouvindo falar e que, quando contei o que havia acontecido, me disse: “Se você não é ninguém, porque o incômodo contigo? Tenha certeza de que se você não tivesse importância, essas pessoas nem se incomodariam contigo. Leve como um elogio, é sinal de que você está mais importante do que julgas.” Eu dedico esta edição de 15 anos para o homem que me disse isso, que praticamente construiu Santos como vemos hoje e que, além dos prédios que ergueu, deixou sua história de vida como um grande legado: o Sr. Armênio Mendes.

Sobre “ouvir, ignorar e esquecer”, não levo mágoa ou rancor, porque bagagem inútil não deve ser carregada. Mas como tenho boa memória, não esqueço e tomo como aprendizado para a vida. Livre de amarras, de rancor, de censura moral ou financeira, do julgamento alheio, parafraseando Sartre, sigo minha vida condenado à liberdade. E é assim que venho agradecer a você que faz parte dessa história.

Muito obrigado por me trazer até aqui. Planos para o futuro? Prefiro continuar entregando meu trabalho nas mãos de Deus, pois ele sempre sabe o que é melhor para a minha vida.

Sobre a frase que abriu esse carta, “Você não é ninguém”, aprendi que se um dia eu achar que sou alguém ou melhor que alguém, por qualquer motivo que seja, terei perdido a guerra. Como diz Byung Chul Han, o poder está no silêncio e não na truculência, então sigo não sendo ninguém como forma de ser aquilo que eu admiro e não aquilo que eu desprezo.

Mais uma vez, obrigado.